quarta-feira, 4 de abril de 2012

TV Pública-Millenium/Litoral Norte-Michel Bublé

 

lcd tv vector

TV Pública

A televisão pública no Brasil, a meu ver, tem um papel a cumprir, complementando a educação formal, disponibilizando cultura e informação e sendo opção de entretenimento para toda a sociedade.

Sempre tive simpatia por esse tipo de tv e assisti a iniciativas mais do que elogiáveis em termos de programas. Dessa forma, interessei-me quando tive contato com um debate que está ocorrendo no estado de São Paulo, nesse momento e mais uma vez, sobre o futuro da TV Cultura, a televisão pública de lá, ameaçada, na opinião de alguns, por demissões, cessão de horário a empresa jornalística privada e esvaziamento do seu papel. Penso que, como pano de fundo dessa discussão, continua existindo o permanente embate político entre direita e esquerda políticas no estado que tem como característica alojar o centro do pensamento liberal e neoliberal nacional e, em oposição, apresentar as mais fortes representações organizadas do ideário da esquerda e centro-esquerda.

No meio dessa discussão que deve ter - e tem - a participação de especialistas da área e não deve excluir a sociedade como um todo, entendo que devam ser incluídas novas questões como a convergência de mídias, onde internet - com todas as sua potencialidades e possibilidades ainda a serem melhor aproveitadas, no Brasil - , rádio e tv digital passam a ser complementares no sentido de levar informação, formação, cultura e entretenimento. É uma boa oportunidade, também, para levantar o futuro da tv não sujeita às regras da competição por receitas oriundas da propaganda. Sobre esse assunto, aliás, tive contato com um exemplo de uma tv pública no país símbolo do capitalismo, os EUA.

A KLRU, da cidade de Austin, a capital do estado do Texas, transmite programação específica em cada um de seus 4 canais digitais, inclusive alguns programas em espanhol e é vinculada ao 'Capital of Texas Public Telecommunications Council' produzindo, entre outros programas, o Austin City Limits, série semanal de música que deu origem ao Austin City Limits Festival, festival de música realizado anualmente em um parque daquela cidade, que tem reconhecimento internacional, promove a cidade e possibilita renda direta para a própria emissora, através da venda de produtos relacionados ao festival e dos direitos de retransmissão dos shows por outras telvisões, inclusive as comerciais.

Nos EUA, por oportuno, existem 350 canais locais e nacionais compondo o sistema de TVs Públicas, que obtêm recursos financeiros através de doações de pessoas e empresas e que institucionalizaram campanhas anuais de arrecadação de fundos. Talvez possam servir de base para uma discussão sobre o tema, desprovida, é claro, da paixão atrelada às convicções ideológicas.

Nota: Falando em opções de programação, no site da KLRU é possível assistir aos programas da emissora de TV.

Millenium – Litoral Norte

Com a notícia do fechamento da fábrica da Dow Química no polo petroquímido de Camaçari, me lembrei de uma outra fábrica que já foi citada por Jorge Amado em livro. Trata-se da antiga Tibrás em Arembepe, atual Millenium, que por anos tirou conviveu em meio a problemas com a comunidade daquela região e no livro Tieta do Agreste era identificada como poluidora.

Fiz uma pesquisa na internet e descobri uma entrevista com Grace Brandão, do staff de comunicação da empresa, sobre o assunto. Transcrevo alguns trechos, que achei interessante para administradores, estudantes de administração, gente preocupada com as questões ambientais e, lógico, para os moradores do entorno da fábrica, referentes a assuntos como plano de comunicação, relacionamento com stakeholders, variáveis legais e ambientais, mudanças de visão e de valores:

"Gerenciar um passado negativo é desafio que a multinacional Millennium Inorganic Chemicals, companhia do Grupo Cristal Global, enfrenta olhando para o futuro. Herdeira da má reputação da Tibrás, produtora de dióxido de titânio e empresa-vilã do romance do escritor Jorge Amado Tieta do Agreste (1977), a Millennium investe em melhorias operacionais, que a excluíram da lista de empresas poluidoras, e em comunicação, um esforço para reafirmar os novos tempos.

Como uma assessoria de comunicação pode trabalhar para tentar reverter a imagem negativa?

Grace Brandão – Fatos e diálogo. Esse é o caminho. Muitas empresas, diante das situações de crise, se retraem. Não é uma atitude correta. A empresa tem de estar presente no tribunal da opinião pública – porque, hoje, as pessoas são muito bem informadas – e mostrar o que tem feito. O caminho é sempre pavimentado pelos fatos. É como o jornalismo: se os fatos são fortes, a reportagem é forte. Comunicação também é feita de fatos.

– A Tibrás é o passado. O presente é a Millennium. Em 12 anos, a Millennium investiu 50 milhões de dólares em melhorias operacionais. A poluição foi controlada. Nossos padrões de operação são comparáveis aos que existem de melhor no mundo. Em dezembro de 2008, nossa licença de operação foi renovada. Tínhamos cumprido todas as 32 condicionantes da licença anterior. Há dez anos não sofremos multa.

Como a Millennium lida com essa herança negativa da Tibrás?

G. B. – Lidamos muito bem. Passamos um tempo retraídos, mas trabalhando. Hoje, a população vizinha à fábrica sabe que somos uma empresa atuante, que mantemos amplo programa de cuidado com o meio ambiente, aliado a um amplo programa de relacionamento social. Nossa empresa está sempre com as portas abertas para as autoridades, para a mídia e para a sociedade.

Como é o trabalho estratégico de comunicação para a gestão da reputação da Millenium? Quais ferramentas são utilizadas?

G. B. – Nossa estratégia pode ser resumida em alguns pontos essenciais: 1. Temos tomado iniciativa de comunicar nossas ações à mídia e à sociedade.2. Não deixamos nada sem resposta...Damos muita atenção à mídia regional e à internet.
O objetivo passou a ser o de estabelecer um relacionamento no qual a empresa seja reconhecida como parceira da comunidade e, como consequência, viabilizar um ambiente onde haja maior grau de confiança e credibilidade no diálogo entre a fábrica da Bahia e as comunidades. Para isso, nossas ações buscam promover o desenvolvimento social da comunidade e envolver a participação dos moradores como sujeitos ativos de cada projeto."

Nota: A íntegra da entrevista publicada que eu acessei está disponível nesta data na internet.

Michel Bublé

Cantando “Lost”, em vídeo oficial:

 

Michel Bublé–“Lost”

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