domingo, 10 de junho de 2012

Google Earth 3D e Google Maps–Futebol no Domingo–Aqui É o País do Futebol

 

Google Earth 3D e Google Maps

A Google anunciou uma versão em 3D do Google Earth para dispositivos móveis, que permite que os usuários possam se mover, girar e interagir com imagens das cidades em três dimensões. Espera-se que o serviço funcione para algumas grandes cidades em sistemas Android e iOS já nas próximas semanas. A sensação será de estarmos sobrevoando a cidade, quase como em um helicóptero e até o fim do ano, a nova versão deverá cobrir uma população de 300 milhões de pessoas . Para criar o serviço, o Google utilizará uma frota de pequenos aviões equipados com câmeras para sobrevoar as cidades e utilizará uma técnica de renderização de imagens a partir de imagens aéreas de 45 graus.

Também foi desenvolvida uma versão offline do aplicativo Google Maps para o sistema Android que logo deve estar disponível e permitirá que dispositivos equipados com GPS, mesmo sem internet, possam rastrear a localização do usuário no mapa.

Google Earth 3D Mobile

 

Google Earth Mobile

Cidade de Salvador - Google Earth 3D

 

Google Earth 3D–Salvador (BA)

 

Futebol no Domingo

Hoje tem futebol em Pituaçu. O Esporte Clube Bahia recebe o visitante Clube de Regatas Vasco da Gama em partida válida pela quarta rodada do campeonato brasileiro de futebol 2012. Eu, vascaíno até a alma, estarei lá para fazer algo que gosto muito: assistir a uma partida de futebol, em especial quando o meu time está em campo.

E falando no clube carioca de imensa torcida, que também conta com um grande contingente de simpatizantes aqui na Bahia - os ingressos da cota do visitante para o jogo de hoje já estavam esgotados anteontem -, aproveito para homenageá-lo transcrevendo uma crônica do Aldir Blanc, médico e compositor letrista que, em parceria com João Bosco, produziu músicas como Bala com Bala, O Mestre-Sala dos Mares, De Frente Pro Crime e Caça à Raposa. O título, aliás, faz referência ao Vasco da Gama ser o clube da Colina Sagrada que, nesse caso, não é a da Igreja do Bonfim aqui em Salvador, mas sim aquela onde está a sua sede principal e o seu estádio, no bairro de São Januário, Rio de Janeiro.

Da Colina para o Mundo

O Vasco, no ano do Centenário, anda com a bola tão cheia que um juiz, tal de Cunha, extrapolou: deslumbrado, queria que o time voltasse a campo, depois de recolhido ao vestiário. O soprador não se conformava. Babando no apito, exigia: quero mais Vasco! O show tem que continuar!

É a consagração. O Gama, a caminho das Índias, nem imaginava que, entre outras glórias, emprestaria seu nome venturoso ao time do meu coração.

O Vasco da Gama soube, como nenhum outro clube, honrar a coragem do Almirante. Representa, em seu pendão, o suor português, a lágrima do índio, o sangue do negro. A história do Vasco confunde-se com a história do Brasil quando se trata de libertar, romper com o passado, quebrar grilhões e substituí-los pela esperança. Vemos camisas do Vasco no corpo de bugres conduzindo canoas em igarapés; camisas do Vasco nos operários de construção; nos sertanejos em romaria que levam no colo filhos doentes a Bom Jesus da Lapa; vemos camisas do Vasco, com a bombacha e o chimarrão, na fronteira do Rio Grande, tchê; Nas celebrações afro-brasileiras nos terreiros de macumba; entre os paramentos na sombra das sacristias interioranas; nas praias iluminadas de São Sebastião do Rio de Janeiro...

O Vasco é vasto porque é o mar que o inspira. Assim, convivemos, vascainamente, na Utopia e no Carnaval, cavaquinho chorando fados, entre a música dos nomes de nossos heróis, cortando as décadas como o Gama cruzou as águas, Poroto, Itália, Calocero; Feitiço, Kuko, Nena, Luna; Barqueta, Berascochea, Lelé; o Jajá de Barra Mansa, o Príncipe Danilo, Ademir "o Queixada" Menezes, o Pernambuquinho Almir; Barbosa e Ipojucan, Friaça e Maneca, Coronel e Pinga, o Capitão Belini, Andrada e Buglê, todos os Orlandos Furiosos, Vavá e Válter Marciano, o clarividente Tostão, Roberto Dinamite, Romário, o imortal Dener, Bebeto, Edmundo... Isso, pra falar só em futebol, deixando injustamente de lado os ídolos do remo, do esporte amador, do basquete, e os torcedores, famosos ou anônimos: Ramalho - com o talo de mamão transformado em trompa - e Dona Dulce, pioneira chefe de torcida; Paulinho da Viola e Martinho da Vila; Tião da Garagem, Lulu, Ceceu Rico e Paulo Amarelo.

O Vasco é o Expresso da Vitória e a Máquina do Tempo. Lendas indígenas dizem que as estrelas são olhos de meninos. No contexto da lenda bororó, é um castigo. No caso dos vascaínos, trata-se de uma benção, porque é com os olhos assim, de infância, que vemos o time entrar em campo, e aqueles onze são todos os que vestiram com orgulho nossa camisa.

É claro que o Vasco da Gama, de vento em popa, desperta a ira glacial de dirigentes rivais malsucedidos, monótonos ao tentar vencer-nos e vencer a própria incompetência, varrendo o lixo pra baixo do Tapetão: o pior cego é o que, além de não querer ver o próprio rabo, tenta enfiar o dedo no olho dos outros.

Avante, Vascão, que, igualzinho ao fado, eu beijo as pedras do chão que pisares no caminho. E por ser o teu caminho o mar, as estrelas da bandeira, no futuro, serão tantas quantas as constelações que iluminaram a epopéia do Gama em direção ao Sonho.

Opa, derrubei o copo. Não faz mal. Em mesa de vascaíno, se não há vinho derramado, não há alegria.

Aldir Blanc é compositor e vascaíno de coração.

Publicado na primeira página do caderno do Jornal do Brasil comemorativo do Centenário do Vasco, em 21 de agosto de 1998.

Aqui É o País do Futebol

Milton Nascimento canta a música dele e Fernando Brant no show Crooner, em 2000.

 

Aqui É o País do Futebol–Milton Nascimento

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